quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quem foi PEDRO ALCÂNTARA JOÃO CARLOS LEOPOLDO SALVADOR... [continuar lendo]

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje é dia de falar do Pedrinho.
Não estou aqui para falar que ele adorava sorvete de pitanga rs.
Estou aqui para falar de um homem que confundiram e o chamaram de "caipira e analfabeto".
É através dele que tenho uma visão de como tem que ser um governante do nosso país.


Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, nasceu na Cidade do Rio de Janeiro.

Foi o segundo e último soberano no Império do Brasil.

★ 02 de Dezembro de 1825
 † 05 de Dezembro de 1891

Filho do Garanhão com a Imperatriz Leopoldina, sendo o filho mais novo (fica órfão de mãe com apenas um ano de idade).







Cresceu para se tornar um homem com forte senso, não é à toa que transformou o Brasil em uma potência mundial. Não podemos esquecer que ele apoiou com firmeza a abolição da escravatura, que apesar da oposição de conflitos políticos e econômicos, demorou para concretizar.

Com a abdicação de seu pai, Pedrinho fica sob a tutela de José Bonifácio de Andrada (e a camareira-mor, mais tarde Condessa de Belmonte), para que tivesse um bom estudo para se tornar um governante exemplar. Estudou caligrafia, literatura, francês, inglês, dança, alemão, geografia, ciências naturais, pintura, dança, esgrima e equitação.






Aprendeu com o Frei Pedro de Santa Mariana e Souza sobre a doutrina católica e matemática. O Frei às vezes tinha que ir no quarto de Pedrinho apagar a luz, para que ele parasse de ler.

Aprendeu esgrima e hipismo com o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (depois nomeado como Duque de Caxias).




Seu reinado foi o mais longo da História brasileira, durando 49 anos.

O Senado aprovou, em julho de 1840, a antecipação da maioridade para que Pedrinho pudesse ser proclamado como Imperador, aos 14 anos.

Para alguns, foi a reafirmação do regime Parlamentar e para as forças armadas, como um golpe parlamentar (da maioridade).



Suposta "Teresa Cristina" para atrair Dom Pedro II

30 de Maio de 1843 - casamento (por procuração) de Dom Pedro II com a Princesa Teresa Cristina de Bourbon-Duas-Sicílias, com quem teve 4 filhos.

Tudo começou com o Barão de Cairu ser o encarregado de procurar uma esposa para o Pedrinho. Muitas casas reais ficaram receosas com a procura, devido a fama que seu pai tinha.

De acordo com o Historiador James McMurtry, a pessoa no retrato não era Teresa Cristina, causando uma desilusão em Pedrinho (com apenas 17 anos) vendo sua esposa diferente do que tinha visto. Já Teresa Cristina, se apaixonou assim que o viu.





Leopoldina e Isabel
  1. Afonso Pedro de Alcântara de Bragança -  o primogênito, herdeiro do trono - falecido aos dois anos de idade, devido aos ataques de epilepsia. Dom Pedro II ficou arrasado, já que na época a próxima herdeira seria Isabel Leopoldina e isso não poderia ser uma sucessão aceita pelos políticos. Havia um temor, também, sobre a saúde de Teresa Cristina, que estava na sua terceira gravidez;
  2.  Isabel Cristina Leopoldina - reconhecida como herdeira de seu pai, após a morte de seus irmãos. Regente durante uma viagem de Pedrinho ao exterior e concretizadora da lei Áurea;
  3.  Leopoldina de Bragança e Bourbon - nome em homenagem a sua avó paterna, renunciou aos seus títulos ao casar-se com Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, sendo Duquesa de Saxe;
  4.  Pedro Afonso - o filho mais novo, que também faleceu enquanto criança. Morte em consequência de uma febre, com apenas um ano de idade.

Acima: primogênito; Abaixo: Leopoldina, Pedro Afonso e Isabel.


Obviamente o estudo que ele teve através de seu tutor Bonifácio de Andrada não parou por ai...

"Nasci para consagrar-me às letras e às ciências ".

Dom Pedro II tinha interesse em antropologia, geografia, geologia, medicina, Direito, estudos religiosos, filosofia, pintura, escultura, teatro, música, química, poesia e tecnologia (não é à toa que se tornou o primeiro brasileiro fotógrafo, ao adquirir uma câmera de daguerreótipo).

Possuía 3 livrarias em São Cristóvão contendo mais de 60 mil livros.

Apaixonado por linguística, sempre estudou novas línguas e era capaz de falar e escrever, como: latim, francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e tupi.

Criou um laboratório fotográfico em São Cristóvão e outro de química e física, e um observatório astronômico no paço.

O Imperador considerava a educação como de importância nacional e era ele mesmo um exemplo do valor do aprendizado.

"Se não fosse imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço nenhuma tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã".


Pedro II e o Paraguai

Pedrinho partiu para o sul em Julho de 1865, jornada realizada montada a cavalo e por carretas. Chegou na cidade de Uruguaiana, que era ocupada pelo Exército paraguaio, em 11 de setembro.

Enfrentou os paraguaios e os mesmos não os atacaram e para evitar derramamento de sangue, ele ofereceu os termos de rendição ao comandante paraguaio, que os aceitou. Havia uma crença de que a guerra estava próxima do fim e que a rendição de López estaria próxima (Para não ficar muito longo, estou fazendo um post sobre a Guerra do Paraguai).






"O reinado de Pedro II veio a um final incomum — ele foi deposto apesar de altamente apreciado pelo povo e no auge de sua popularidade, e algumas de suas realizações logo foram desfeitas visto que o Brasil deslizou para um longo período de governos fracos, ditaduras e crises constitucionais e econômicas. Os homens que o exilaram logo começaram a enxergá-lo como um modelo para a república brasileira. Algumas décadas após sua morte, sua reputação foi restaurada e seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil como os de um herói nacional."






Um homem que ignorou o crescente prejuízo político à sua imagem e à monarquia em consequência de seu suporte à dar um fim na escravidão. O Imperador não tinha autoridade constitucional de intervir diretamente e por um fim na escravidão, que para ele era considerado uma vergonha nacional. Por fim, conseguindo atingir seus objetivos, é pesadamente criticado e seu movimento foi condenado como "suicídio nacional". Opositores diziam que a abolição era um desejo pessoal e não desejo da nação.

Na década de 1880 o Brasil continuou a prosperar, lembre-se: éramos uma potência. O republicanismo era um credo elitista que nunca floresceu no Brasil, e que tinha pouco apoio nas províncias. Uma combinação que ameaçava a Monarquia: ideias republicanas e o positivismo entre os oficiais de baixa e média patente no exército, o que levou a indisciplina nas tropas. Eles 'sonhavam' com uma república ditatorial que acreditavam ser superior a monarquia democrática.

Nessa época, Pedrinho estava com a saúde fragilizada e segue conselhos dos médicos de procurar recuperação da Europa e ao saber da abolição da escravatura diz: Demos graças a Deus. Grande povo! Grande povo!

"Retornando ao Rio de Janeiro o país inteiro o recebeu com um entusiasmo jamais visto. Da Capital, das províncias, de todos os lugares, chegaram provas de afeição e veneração".

Chegou o momento, em que os positivistas realizam o golpe de Estado em 15 de novembro de 1889, instituindo a República. As (poucas) pessoas que presenciaram o acontecimento não perceberam que se tratava de uma rebelião.



"Se assim é, será minha aposentadoria. Trabalhei demais e estou cansado. Agora vou descansar". Ele e sua família foram expulsos (de seu próprio país) e partiram para a Europa dia 17 de novembro.



Resumindo esse triste fecho: 3 semanas após a chegada da família real, Teresa Cristina falece e Pedrinho permanece em Paris com quase nenhum recurso (que abriu mão), até o dia de sua morte. Faleceu devido a uma pneumonia.

"É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria" (O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão).

Até mais!!

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