quarta-feira, 27 de abril de 2016

As pessoas precisam entender a inclusão!

Sabe por que? PORQUE ELA NÃO FUNCIONA!

Muita gente deve conhecer ou já ouviu falar na inclusão. Como imaginamos isso? Algo que todos têm acessibilidade, correto? Só que por muitas vezes a própria palavra inclusão exclui as pessoas e as separa por falta de compreensão ao próximo (e também por falta de respeito).

Não quero que venham com papinho de que estou falando algo que não sei, pois tenho 22 anos, sou testemunha de que inclusão não funciona. Por quê? Só quem é sabe como é na realidade. E sim, tenho 22 anos, tenho vergonha de dizer que tenho minha audição reduzida nos dois ouvidos e que não gosto de falar isso para as pessoas e pode parecer um tanto besta da minha parte, só que não podemos esquecer que nem todo mundo entende, aceita e respeita pessoas assim, seja cadeirante, com mobilidade reduzida, auditiva, visual ou autismo. Recentemente eu fui numa feira de emprego para trabalhar nas olimpíadas; a monitora que organizava a chamada das pessoas por senha, havia dito que quem fosse vaga PCD (pessoa com deficiência) tinha o direito a prioridade. Então, levantei e fui até uma senhora que controlava quem saia do local para entrar na área das empresas contratantes e falei que a monitora havia dito sobre a prioridade e como eu notei na fisionomia de que parecia ser uma pessoa extremamente limitada de informação (e não é que acertei?), ela chegou com uma impaciência dizendo que eu tinha que esperar meu número e ainda fez cara de "prioridade? Prioridade do que? Você fala". Tive que voltar na monitora pra confirmar que eu podia entrar pela prioridade, embora eu não goste, mas se é um direito... Enfim, chegando no setor das empresas contratantes, procuro por alguém que me informasse como fazia pra chegar nas empresas já que o meu número era bem distante da senha 70 (o meu era 325) e não queria que soasse de má fé (pela falta de compreensão das pessoas), fiz isso porque sei que muita gente acha isso injusto, e eu concordo, só que assim, a vantagem de ter essa "PRIORIDADE" é que eu posso ter a garantia (não 100%) de que suprirá o que me falta... a audição. Antes da feira começar, havia um senhor falando como funcionaria, sobre a localização do banheiro e como chamariam... Mas como eu sei disso? Eu não estava sozinha, meu namorado veio junto pra aproveitar a feira... E se não fosse ele? O evento não estava tão organizado e essa parte eu não pegaria, já que tinha MUITA gente e sempre tem alguém falando junto com a pessoa. E se não fosse a prioridade, como me viraria? É uma questão bem complicada de ser respondida, porque só quem passa sabe o porquê ser tão importante essa 'prioridade'. E outra questão: eu ouvi a monitora falando sobre PCD porque ela estava usando o microfone e quem não escuta quase nada? Ficaria completamente perdido, correto? Assim como o cadeirante não entraria no auditório por não haver rampas (e não falo só do evento, falo da estrutura que a cidade 'oferece', que é NENHUMA!).

Se eu fosse escolher, se pudesse, preferiria ser uma pessoa """normal""".  Nossa, isso soa bem egoísta e imbecil, mas é a verdade. O que passo e vejo as pessoas que têm a mesma dificuldade ou pior, não desejo pra ninguém.

Por que? Ser chamada de 'tadinha' é uma coisa legal? Se perder numa conversa porque não entendeu ou porque tem muita gente junta falando ao mesmo tempo ou evitar pagar mico e se fechar, não conhecer ninguém, é legal? Você estar em um lugar novo e a pessoa te apresenta como "Gente, essa aqui é fulana, ela é especial (é deficiente, é uma tadinha), que mesmo que use um tom de boa, não soa tão bom assim. Alguém falar uma coisa pra você bem baixinha, sussurrando, dizer que te Ama e você não ouvir, é legal? Não, não é, mas temos que viver com isso (porque não tem como resolver). E claro, esperar que as pessoas nos aceitem e respeitem pelo o que somos. Não somos nenhum animal ou nenhuma praga ou doença. Somos seres humanos que merecemos o tratamento como qualquer outra pessoa boa que vive em sociedade.

As pessoas precisam entender a dificuldade de cada um, a limitação de cada um. Muitas vezes a gente perde a paciência com as pessoas na rua, às vezes por pedir licença e ela não atender, ou falar algo e ela não responder, ou a pessoa esbarra em você na rua sem intenção porque não ouviu ou percebeu alguém chegando.

Meu sonho era ser aeromoça, já que vi que não daria certo, mudei pra guia de turismo. Depois vi que mesmo Amando essa área não poderia seguir porque as pessoas não entendem ou acham que você tá fazendo hora com a cara delas por falar "não entendi, pode repetir de novo?" ou quando te chamam e você não responde ou perguntam algo e você não responde por não ter ouvido ou porque não entendeu o que ela disse. Agora, aceitar as migalhas da vida por causa das pessoas que têm preconceito por causa disso? Posso dizer NÃO mas ultimamente anda muito difícil não pensar assim.

Enquanto você que vive reclamando da vida, das coisas que não tem ou que acha a vida é/está uma merda... É bom pensar antes de falar qualquer coisa. Muita gente gostaria de estar no seu lugar, poder andar, falar, ouvir e enxergar (e as vezes está numa cama de hospital na esperança de mais um dia de vida) e você aí reclamando e não dando mais de si e nem respeitando e ajudando as pessoas. Reflita!

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